Pirâmide de Palavras traz em mosaicos e prismas de palavras suas experiências e observações como expectador do mundo, que procura sempre alguma coisa nessa imensa prateleira de opções dispostas pela existência humana. O entendimento entre o viver e a palavra passa a ser um exercício de buscas e resgates, onde o equilíbrio conceituado pelo autor transforma-se em versos, fazendo uma reflexão poética do cotidiano singular, que vai desde o puro subjetivismo até a constatação da vida diária. Valores e conceitos dos seres humanos são mapeados em um discurso direto, fazendo com que os expectadores dessas coleções de significados percebam particularidades do escrito em suas vidas e reflitam sobre a relevância ou banalidade de certas circunstâncias comuns. Ler a obra é um exercício de desbravamento de ideias e signos que formam o complexo do sentido da existência de todos e de cada um individualmente. 64 páginas (2009)

ÍNDICE

Introdução
01. Pirâmide
02. Resignações
03. Voltar a Ser
04. Falta
05. Refugos
06. Aborto

Manhã de Sol Indiscutivelmente o mundo tem paisagens belíssimas alguns interessantes momentos de prazer
que de qualquer forma são alternados por outros de dor alguns instantes que se poderiam dizer memoráveis bons sentimentos de convivência entre outros de duvidosa conduta emocional mas sem dúvida olhar toda essa gente que se move feito formigas seguindo para um nada qualquer nesse hiato entre o nascer e o morrer formulando conceitos normas amanhãs fragmentos de busca de razões nessa espera de que surja algum sinal ou motivo de lógica do meio do nada é motivo de um vazio imponderável no estômago da alma mesmo nessa linda manhã de sol com pássaros árvores céu luz infinito algazarra de humanos e toda essa indiscutível e belíssima paisagem

08. Perecível
09. Palavras
10. Imperfeições
11. Boa Vontade
12. Conceitos
13. Câmara Escura
14. Encontros
15. Covardia
16. Copo
17. Busca
18. Intercâmbio
19. Céu e Inferno
20. Melancolia
21. Fantasmas
22. Círculos
23. Adaptações
24. Saídas
25. Corações e Mentes

Não Sou Eu Sou Eu olho em reflexo retina carente de imagens matinais eu já vi esse rosto em algum lugar terá sido ontem no bar na conversa na cama no ofício nos desvios dos meus eus parece comigo parece contigo não sou eu sou eu essa imagem não é ou é aquilo que eu queria mas parece comigo parece contigo sou eu não sou eu essa íris reflete quem sou eu hoje quem é que está por trás dessa retina agora quem serei eu daqui a pouco quem fui eu ontem ao me lembrar me esquecer na distância dos meus olhos quem serei eu daqui a pouco não sou eu sou eu eu sou quem

27. Resgate
28. Inutilidade
29. Integridade
30. Indefesos

Todos os Dias levantar e deitar todos os dias comer e cagar todos os dias beber e mijar todos os dias filosofar não é problema problema é a bobagem das coisas o insondável o insolúvel o impossível da sapiência o limpar de consciências dos acontecimentos para manter sonhos do outro lado deste mundo no profano da perenidade na espiritualidade da eternidade ao procurar transcender mesmo assim você vai levantar e deitar todos os dias comer e cagar todos os dias beber e mijar todos os dias na bobagem das coisas no insondável no insolúvel no impossível da sapiência

32. Jaboticabas
33. Fauna
34. Rio
35. Vandré
36. Espera
37. Depilação

Além do Azul Acordam e olham para o céu. O céu tem estrelas, o céu tem luas, tem planetas, tem gente. Mas nele só enxergam o único azul, um forte azul. Existem nuvens que se movem para algum lugar, ou algum lugar se move em direção a alguma nuvem. Mas nuvens também não mostram caminhos a eles. Que olham para um céu onde existe infinito, existe mistério, o insondável. Mas nele só enxergam um dos tantos multiazuis. O cyan oferece inúmeras possibilidades de sonhos em retículas. Mas eles não sabem sonhar. Não são inocentes: são condenados a não perceberem além do prisma. A não transcenderem. A não serem.

39. Verde
40. By
41. Indigente

Pedaços das Outras capto captei dos amores que vivi dessas pessoas com quem convivi pedaços de alguéns que rapto raptei em momentos camaleônicos trago trouxe e deixo em mim pensamentos gestos tiques rasgos de incomparabilidades inusitadas e pendores de inclemência que formam em mim azulejos desses amores mulheres que deixei ou me deixaram e que nunca se irão de vez de dentro do meu eu para fora dos meus sonhos na distância sensorial sou pedaços de tantos nomes jeito de tantas personalidades que filtrei e destilo em mim que me transformo sem nenhuma vergonha no que de bom encontro encontrei nos reflexos de outros eus mosaico dos amores que deixei

43. Pólens
44. Drummoniana Anos 90
45. Resultados
46. Nome
47. Sinais Verdes
48. Epitáfio
49. Pingos de Sal
50. Interatividade
51. Ponto Básico

Carne Quente seu corpo é carne quente macia e envolvente como água morna em pele fria que tanto bate até que fura toco sua mão e é como se fosse apresentação energética encontro magnético de poros deleite de fantasias beijo partes de você sem começo nem fim me esqueço me deito me desfeito faço levito no manter detalhes corporais que querem se despregar de mim pregar em você juntar em pedaços inteiros do ser seu as partes que pego no ar de um mundo criado em pequeno espaço de dois corpos que se tornam das mãos pés coxas troncos mentes sérias vadias sadias nexus plexus sexus vertentes dos solos da agonia da pressa que não tem hora marcada no encontrar do prazer

53. Malte

  1. Lembranças
  2. Gotas no Lençol
  3. Afonso Pena, suas correlatas e suas possibilidades
  4. Óvulo e Esperma
  5. Meus Orgasmos Frustrados
  6. Cacos
  7. Correspondência