Que as Dores se Transformem em Cores mostra seu ponto de vista em meio às suas experiências e observações da vida nos grandes centros urbanos. Temas atemporais sob uma perspectiva realista, clara e, principalmente, objetiva, que revela assuntos escondidos no interior de cada leitor no infinito que todos tentam decifrar. As ausências, o preencher e o prosseguir. Uma forma particular de ver a vida, onde dores se transformam em cores. Mesmo que sejam as do preto e do branco. 64 páginas (2009).
ÍNDICE
Introdução
1. arte suprema
02. desejo
desejo
quando olhos olham nos olhos
corpos falam o que os olhos veem
olhos veem o que os corpos falam
a natureza costuma delatar farsantes
expor a força dos desejos
impor a beleza dos astros
aos caminhos que a mente induz
para movimentar troncos e membros
todo desejo implica em perdas
toda perda implica ausência de algum desejo
todos os dias a gente cessa alguma coisa
que nossos olhos deixam de ver
que nosso corpo deixa de sentir
no momento em que
um olho olha um olho
um corpo quer um corpo
um olho quer um corpo
e um corpo
um olho
na súcia da volúpia da carne no prazer
quando o desejo se frustra
se ausenta na falta do impulso
a energia dentro de nós pode levar a memória
mas o corpo vai sentir para sempre
o pedaço que deixou de unir
o que deixou de sentir
nos olhos do corpo seu
no corpo dos olhos seus
no corpo e olhos meus
03. frenesi
nós mesmos
transgredir
é manter vivo o fluir
faça das tripas coração
busque o novo
rompa barreiras
na coragem de ser mutante
diferente a cada aprender
retraçando horizontes
juntando pensamentos e palavras
nas análises e explicações
de nós mesmos
5. ser túmulo
6. mix intemporal
7. digitais
8. frutos
9. relevos
10. dias de sim e não
11. olho que chora e ri
12. disputa de pares
13. consumo
14. procurar ser
15. os outros
17. recebendo
18. destilando
19. do nada, algo
20. do que é feita a vida
21. rotina
22. ateísmo
23. Latrina
crie algo do seu corpo
que não seja apenas
urina ou merda
e atire ao léu
uma esperança
relativa
de que
em nós
haja mais
do que
urina ou merda
latrina
eterna
em
terna
mente
24. formas sem ortodoxia
25. uni
26. rota-anjos
27. disfarces disfaces
28. voo
29. dobrando as laterais
30. transferência
31. antropofagia amorosa
32. mesmice
34. amarketing
35. oco
36. inútil peça
37. encruzilhada
38. mitomania
39. da janela
40. para trás e para frente
41. o tempo não tem tempo de parar
42. a vida sozinho
43. adeus, qualquer
44. um fim
45. viagem mental
46. do breu da luz
47. mesma viagem
48. os mundos
49. natureza morta
50. fazendo aqui
51. lamento
52. condicionado
53. imponderável
54. nutritivas
55. filme
56. enredos
57. escorrer
58. passageiro
não gosto do mundo
não gosto da vida
mas
mantenho com o planeta
uma relação de respeito mútuo
boa convivência
uso pedaços da sua natureza
divido espaços com seus habitantes
invenções e invencionices
acho absurdos os silêncios
de onde viemos
o que somos
para onde vamos
verifico que
dos humanos
alguns transcendem
outros são simples animais
mesmo assim sou alegre
capaz de encantar
ser encantado
pessoas encontram em mim
momentos de sensibilidade
de garra
de luta contra o fenecer
isso nada significa
apenas faz passar o tempo
simples passageiro
não sei do meu destino
observo o que se passa ao redor
destilo amor ou ódio
verifico vitórias ou derrotas
absorvo sensações de dor
fervor
engano os que me espiam
nos sismos mentais oscilo
balanceio condutas conduzo
em meio ao universo
cheio de esferas
acervo incógnito
irromper de estrelas
infinitos incruzáveis
muito bem escondidos em
escuras noites com inúmeros pontos cósmicos
enigmas de coisas que nunca saberei
aqui nasci aqui morrerei
na obrigação de aproveitar
prazeres pelo caminho
aqui estou
me adaptando
a um ou outro pôr-do-sol
anima para o corpo
momento de solidariedade
de resistência
no que fica do observar o esforço das pessoas
quanto às manifestações
das raças forças luas marés
coisas da tal índole humana
movimento dos homens flora fauna
botânica zoobia-ologia
química quantum bang-big
passageiro
que sou
viajante de corpo
de mente
demente
conhecendo
não sei para que
a troco de que
motivos da curiosidade
razões por que choro ou sorrio
arroubos de indignação ou aquiescência
vou
pergunta não respondida a cada minuto
rasgo de esperança a cada momento
instante de espera a cada ocasião
poderão ficar
palavras atos ideias
inúteis polêmicas ou presença
no contato possível em função de tanta gente e espaço
mas
aqui
não ficará o corpo
cinzas de cremação
falta de sêmen
nenhuma descendência para atestar
o pacto do tudo com o nada
efêmeros instantes que designam vida
entre nascimento e morte
antônimos dentro de um mesmo vidro
passageiro
59. parados no ar
60. mutilação
61. recipientes
62. árido
árido
despretensioso
mas meticuloso
o pequeno olhar
na busca do que
há em cada um de nós
capta o pedaço de vida
em meio ao árido espaço
65. muros
66. passeio contemporâneo
67. rodopios e calafrios
68. abc
69. por estar vivo
70. conta exata
71. ó
72. apenas coisas normais
73. direção
74. rotacional
75. início meio fim
76. em expansão
77. universo paralelo
78. insensorial
79. curta vida
80. bomba-relógio
81. acomodando estrelas
82. combustão
83. insignificância
84. normal
85. Amanhãs
amanhãs todos os dias ressuscito à meia-noite um dia não haverá amanhã nunca se sabe amanhã pode não haver amanhã portanto sempre ressuscito nasço novamente a cada meia-noite amanhãs são caudalosos frios quentes amorosos simplesmente amanhãs ou apenas novos dias posso estar dormindo mas ressuscito em meio ao sono sem mover um músculo apenas acontece em meio a isso nos dias e nos amanhãs sigo pelas ruas assistindo a tudo como em frente a um filme personagens e fatos não me obedecem assisto às cenas e gostaria de modificar movimentos com simples lances de xadrez reis e rainhas me ignoram bispos e cavalos também torres idem peões mais ainda
nos amanhãs em que ressuscito não sei se trago algo de novo são mesmas dúvidas dores desejos coragem medo
travo com as trevas um pacto de dúvida acendo um fósforo e nada clareia em pleno dia carrego traços noturnos
e vice-versa através das horas em grande confusão barafundésimo cataclismo mesmo com o possível amanhã
tudo se resolve no hoje o amanhã é o outro hoje nos entremeios o mundo não para de girar gente para cá e lá
angústias obsessões compulsões individualidades plurais desiguais o amanhã às vezes me cansa
- Memória
- Cernes
- Traumas
- Existencial
- Último Verão
- Uivos
- Contra-Ataque
- Réstia
- Enguiço na Hora Errada
- Diversão Pequena
- Parto Poético
- Poema no Mundo
- Mesmas Partes
- Eu e o Cinema
- Mares de Rancor
- O Olho Capta
- Galeria
- Alegoria
- Reino Primata
- Meta-Vida
- Abandono
- Nuvens Carregadas
69. Que o Amanhã Exista
amanhãs
todos os dias
ressuscito à meia-noite
um dia não haverá amanhã
nunca se sabe
amanhã pode não haver amanhã
portanto
sempre ressuscito
nasço novamente a cada meia-noite
amanhãs são
caudalosos frios quentes amorosos
simplesmente amanhãs
ou apenas novos dias
posso estar dormindo
mas ressuscito
em meio ao sono
sem mover um músculo
apenas acontece
em meio a isso
nos dias e nos amanhãs
sigo pelas ruas
assistindo a tudo
como em frente a um filme
personagens e fatos
não me obedecem
assisto às cenas e gostaria de
modificar movimentos
com simples lances de xadrez
reis e rainhas me ignoram
bispos e cavalos também
torres idem
peões mais ainda
nos amanhãs em que ressuscito
não sei se trago algo de novo
são mesmas dúvidas
dores desejos coragem medo
travo com as trevas um pacto de dúvida
acendo um fósforo e nada clareia
em pleno dia
carrego traços noturnos
e vice-versa
através das horas em grande confusão
barafundésimo cataclismo
mesmo com o possível amanhã
tudo se resolve no hoje
o amanhã é o outro hoje
nos entremeios
o mundo não para de girar
gente para cá e lá
angústias obsessões compulsões
individualidades plurais desiguais
o amanhã às vezes me cansa
86. memória da dor
87. dores em cores
16. doce drible em Maria
22. ateísmo
33. improvisando o novo
63. no meio do caminho
64. rotações das estrelas
Que as Dores se Transformem em Cores mostra seu ponto de vista em meio às suas experiências e observações da vida nos grandes centros urbanos. Temas atemporais sob uma perspectiva realista, clara e, principalmente, objetiva, que revela assuntos escondidos no interior de cada leitor no infinito que todos tentam decifrar. As ausências, o preencher e o prosseguir. Uma forma particular de ver a vida, onde dores se transformam em cores. Mesmo que sejam as do preto e do branco. 64 páginas (2009).
ÍNDICE
Introdução
1. arte suprema
02. desejo
desejo quando olhos olham nos olhos corpos falam o que os olhos veem olhos veem o que os corpos falam
a natureza costuma delatar farsantes expor a força dos desejos impor a beleza dos astros aos caminhos que a mente induz para movimentar troncos e membros todo desejo implica em perdas toda perda implica ausência de algum desejo todos os dias a gente cessa alguma coisa que nossos olhos deixam de ver que nosso corpo deixa de sentir
no momento em que um olho olha um olho um corpo quer um corpo um olho quer um corpo e um corpo
um olho na súcia da volúpia da carne no prazer quando o desejo se frustra se ausenta na falta do impulso
a energia dentro de nós pode levar a memória mas o corpo vai sentir para sempre o pedaço que deixou de unir
o que deixou de sentir nos olhos do corpo seu no corpo dos olhos seus no corpo e olhos meus
03. frenesi
nós mesmos transgredir é manter vivo o fluir faça das tripas coração busque o novo rompa barreiras
na coragem de ser mutante diferente a cada aprender retraçando horizontes juntando pensamentos e palavras
nas análises e explicações de nós mesmos
5. ser túmulo
6. mix intemporal
7. digitais
8. frutos
9. relevos
10. dias de sim e não
11. olho que chora e ri
12. disputa de pares
13. consumo
14. procurar ser
15. os outros
17. recebendo
18. destilando
19. do nada, algo
20. do que é feita a vida
21. rotina
22. ateísmo
23. Latrina
crie algo do seu corpo que não seja apenas urina ou merda e atire ao léu uma esperança relativa de que
em nós haja mais do que urina ou merda latrina eterna em terna mente
24. formas sem ortodoxia
25. uni
26. rota-anjos
27. disfarces disfaces
28. voo
29. dobrando as laterais
30. transferência
31. antropofagia amorosa
32. mesmice
34. amarketing
35. oco
36. inútil peça
37. encruzilhada
38. mitomania
39. da janela
40. para trás e para frente
41. o tempo não tem tempo de parar
42. a vida sozinho
43. adeus, qualquer
44. um fim
45. viagem mental
46. do breu da luz
47. mesma viagem
48. os mundos
49. natureza morta
50. fazendo aqui
51. lamento
52. condicionado
53. imponderável
54. nutritivas
55. filme
56. enredos
57. escorrer
59. parados no ar
60. mutilação
61. recipientes
62. árido
árido despretensioso mas meticuloso o pequeno olhar na busca do que há em cada um de nós capta o pedaço de vida em meio ao árido espaço
65. muros
66. passeio contemporâneo
67. rodopios e calafrios
68. abc
69. por estar vivo
70. conta exata
71. ó
72. apenas coisas normais
73. direção
74. rotacional
75. início meio fim
76. em expansão
77. universo paralelo
78. insensorial
79. curta vida
80. bomba-relógio
81. acomodando estrelas
82. combustão
83. insignificância
84. normal
85. Amanhãs
amanhãs todos os dias ressuscito à meia-noite um dia não haverá amanhã nunca se sabe amanhã pode não haver amanhã portanto sempre ressuscito nasço novamente a cada meia-noite amanhãs são caudalosos frios quentes amorosos simplesmente amanhãs ou apenas novos dias posso estar dormindo mas ressuscito em meio ao sono sem mover um músculo apenas acontece em meio a isso nos dias e nos amanhãs sigo pelas ruas assistindo a tudo como em frente a um filme personagens e fatos não me obedecem assisto às cenas e gostaria de modificar movimentos com simples lances de xadrez reis e rainhas me ignoram bispos e cavalos também torres idem peões mais ainda
nos amanhãs em que ressuscito não sei se trago algo de novo são mesmas dúvidas dores desejos coragem medo
travo com as trevas um pacto de dúvida acendo um fósforo e nada clareia em pleno dia carrego traços noturnos
e vice-versa através das horas em grande confusão barafundésimo cataclismo mesmo com o possível amanhã
tudo se resolve no hoje o amanhã é o outro hoje nos entremeios o mundo não para de girar gente para cá e lá
angústias obsessões compulsões individualidades plurais desiguais o amanhã às vezes me cansa
- Memória
- Cernes
- Traumas
- Existencial
- Último Verão
- Uivos
- Contra-Ataque
- Réstia
- Enguiço na Hora Errada
- Diversão Pequena
- Parto Poético
- Poema no Mundo
- Mesmas Partes
- Eu e o Cinema
- Mares de Rancor
- O Olho Capta
- Galeria
- Alegoria
- Reino Primata
- Meta-Vida
- Abandono
- Nuvens Carregadas
69. Que o Amanhã Exista
Que o amanhã exista nesta noite em mim tempo de perdas no crescer apenas de sobras das cinzas guardo aqui desconfianças de que um dia os desencontros podem se encerrar hoje durmo em seco num fechar de olhos destemporizado certo de que todos os sonhos ficam para amanhã
86. memória da dor
87. dores em cores
16. doce drible em Maria
22. ateísmo
33. improvisando o novo
63. no meio do caminho
64. rotações das estrelas